O trabalho do fisioterapeuta é muito mais do que a recuperação de pessoas. Hoje, a prevenção com a fisioterapia começa a ser difundida e aceita pela população. O aumento de atividades esportivas individuais, como, por exemplo, a corrida, ajudou a conscientizar as pessoas por um trabalho preventivo. Para tratamentos, há diversos protocolos, mas o trabalho individualizado sempre tem melhores resultados. Cabe ao fisioterapeuta indicar alternativas para aprimorar a perfomance sem lesão e dentro das necessidades do paciente. E nesse universo preventivo, o teste de pisada é uma opção simples que pode evitar lesões como tendinites, fascite plantar, fraturas por estresse, dentre outros.
Para ter eficiência e credibilidade, o teste da pisada deve ser feito em três etapas: análise estática da biomecânica, análise em movimento da passada e avaliação postural. Somente o fisioterapeuta habilitado consegue dar um diagnóstico completo do tipo de pisada do paciente e indicar o melhor calçado para a atividade física.
Estudos dividem as pessoas em três tipos de pisada: pronada (para dentro), supinada (para fora) e neutra. Mas além do teste indicar em qual grupo a pessoa se encaixa, com a análise completa é possível visualizar a necessidade de suportes extras, como, por exemplo, uma palmilha, seja de correção ou de conforto.
Já encontrei diversos casos curiosos durante os atendimentos e que tiveram melhora significativa com o uso correto do calçado. Um desses meus pacientes, que é corredor, tinha a pisada pronada em pé chato na primeira avaliação. Depois que ele começou a usar o tênis certo com uma palmilha customizada, com amortecimento em calcâneo, elevação do arco medial e apoio medial, as dores diminuíram e a descarga de peso na análise estática foi significativamente melhor.
O mais interessante é que o teste da pisada, além de ser primordial para atletas profissionais e amadores, também pode ser feito por não praticantes de atividade física. Qualquer pessoa, por exemplo, que sofre com dores na região do pé, joelho, por exemplo, deve ser avaliada. As chances das dores serem causadas pela postura são grandes. E com o teste da pisada e a avaliação postural é possível identificar o motivo dessa dor. Por isso, acredito que o teste da pisada é uma das inúmeras formas de prevenção de lesões, que deve ser agregado na rotina do fisioterapeuta.
David Homsi - Revista Fisio/SA
A constipação intestinal (prisão de ventre) é um problema mais comum do que parece. Nos Estados Unidos, atinge cerca de 27% da população, gerando mais de 2 milhões de consultas por ano e, embora seja mais comum em mulheres, pode atingir os homens também.
O diagnóstico da constipação intestinal é muito difícil porque, na maioria das vezes, o intestino preso é um sintoma de outro problema e, quando não há outra doença, a avaliação do médico depende do que a paciente considera como “normal”.
Existem várias causas para um intestino preso: lesões e alterações na estrutura do intestino, que podem provocar o estreitamento ou diminuir seus movimentos; doenças como câncer de cólon; efeitos adversos de vários tipos de medicamentos; e até mesmo o comportamento, pois o hábito de “segurar” por muito tempo pode diminuir a sensibilidade da porção final do intestino grosso, o reto, atrapalhando a evacuação.
Quando não há nenhuma doença ou alteração no intestino, ou seja, quando o problema é só a constipação, ela pode ser classificada em 3 tipos: constipação de trânsito normal, distúrbios defecatórios e constipação de trânsito lento.
A constipação de trânsito normal é a mais comum. Neste tipo, os movimentos intestinais são normais e a freqüência de evacuação também, mas mesmo assim a paciente refere dificuldade para eliminar as fezes e, por isso, se diz constipado. Como este tipo é mais simples, geralmente é tratado com medicamentos laxativos e reeducação alimentar.
Os distúrbios defecatórios geralmente são resultado de algum problema no assoalho pélvico (os músculos que sustentam os órgãos abdominais) ou do esfíncter anal. Uma característica deste tipo é o esforço excessivo e a sensação de eliminação incompleta das fezes. Neste caso, como o problema são os músculos, o tratamento são exercícios! Exercícios específicos dos músculos da região pélvica (bacia) re-ensinam a paciente a controlar estes músculos e facilitar a evacuação. Além dos exercícios, alguns tipos de eletroterapia podem ajudar a aliviar o problema.
O terceiro tipo, a constipação de trânsito lento, é causado por um distúrbio neuromuscular do cólon, ou seja, existe um problema na comunicação neurônios-intestino e, por isso, os movimentos intestinais ficam mais lentos em todo o intestino ou só em uma parte dele. Este tipo é caracterizado por uma urgência pouco freqüente, inchaço, desconforto e dor abdominal, e as fezes geralmente são duras e secas. O tratamento é igual ao do primeiro tipo, mas em casos extremos, pode precisar de cirurgia.
Para todos os tipos de constipação, exercícios aeróbicos, como caminhada e corrida, e exercícios de força, como musculação, ajudam a regularizar os movimentos intestinais, melhorando o desconforto da paciente.
Mas, e a fisioterapia, onde entra?
Primeiro, no tratamento de problemas da musculatura pélvica. Existem exercícios específicos e muitos recursos que podem ajudar a paciente a melhorar o uso desses músculos e estimular a sensibilidade do reto. E, além disso, existem também técnicas de massagem que ajudam e estimulam os movimentos intestinais, melhorando seu funcionamento.
É muito importante lembrar que estas técnicas, tanto de exercício quanto de massagem, possuem poucas contra-indicações, são fáceis de fazer e, depois de bem treinadas, podem ser feitas em casa.
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